quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

DREAM

Desde o fim do Pride, muitos sonham com um evento que tome seu lugar, e seja capaz de nos proporcionar o esplendor que por dez anos o Pride nos deu.

Quem não se lembra das batalhas épicas entre Minotauro e Fedor, Fedor e Mirko Cro Cop, Wanderlei Silva e Ricardo Arona, e a extraordinária caminhada de Maurício Shogun rumo ao cinturão do Grand Prix de 2005? O Pride foi um marco para a grande maioria dos fãs do MMA, e provavelmente ficará na mente da maioria dos expectadores como o melhor evento da modalidade que já se viu.

Mas, se o Pride acabou, e os eventos mundo à fora não se comparam à sua magnitude, nem mesmo o pomposo UFC, temos que nos contentar com o que está à nossa disposição? A resposta é um sonoro "não".

A tão sonhada resposta dos japoneses ao mercado americano, especialmente ao UFC, vem em forma de sonho. Sim, sonho! É isso que quer dizer o nome da mais promissora organização a debutar esse ano: DREAM.

Quem se importa se a M-1 tem Fedor? Eles assinaram tem quase meio ano, e até agora só fizeram apoiar o Yarennoka, um evento que - vejam só - foi feito praticamente todo pelas pessoas responsáveis pelo DREAM.

Enquanto a M-1 ainda não tem nem certeza de quem será o adversário de Fedor ou da data de seu primeiro evento, a equipe do DREAM que é uma junção do pessoal do HERO'S (evento que agora fica extinto) e da DSE (organizadora do extinto PRIDE) coordenada pela FEG (dona do K-1 e do HERO'S) já anunciou um grande elenco de lutadores, datas de eventos e os mais do que amados Grand Prix.

Teremos um Grand Prix de leves que reunirá os melhores lutadores da categoria que estão fora do UFC. E para completar, eles são os mais bem ranqueados do mundo! O UFC, apesar da força que adquiriu nos últimos anos, não tem os melhores pesos leves do mundo. Se formos ver a maioria dos rankings, pelo menos 7 dos 10 que compõem os dez melhores são lutadores assinados com o DREAM!

Haverá também um Grand Prix de pesos médios, com bastante potencial, mas que sem a presença de alguns dos nomes que estão no UFC acaba não tendo tanto brilho.

Claro que nem só de nomes se faz um evento, mas a primeira parceria dos ex-funcionários da DSE e da FEG nos deu um ótimo evento no fim de ano, o Yarennoka. E se pudemos tirar algo dali, é que essa parceria terá muito futuro.

Sobre a questão das regras. Poderá tiro de meta? Pisão? Joelhadas no chão? No Yarennoka os dois primeiros não eram possíveis. Cotoveladas foram descartadas e deverão continuar ausentes no DREAM. Os árbitros do evento irão se reunir em breve para definir as regras, e se quiserem trazer ao DREAM o mesmo brilho do PRIDE, terão que ressuscitar suas regras.

Lógico que haverá a discussão se não é perigoso, se não deixa muito violento para os leigos, etc etc. Alguns lutadores vão dizer que acham ruim, outros vão dizer que é bom. A grande maioria falará de acordo com o grau de vantagem ou não que possuirão na luta com essas regras. Mas haverão aqueles que mesmo sem serem beneficiados, apontarão o favorecimento pelas regras do PRIDE. Josh Barnett, por exemplo, já falou publicamente que apesar de seu jogo ser favorecido pelas regras do UFC, prefere o PRIDE, por "n" motivos.

Os fãs de combate se aproximaram do esporte por causa de sua proximidade com os combates reais. E as regras do PRIDE eram as que faziam os combates o mais real possível, de forma que ainda fosse seguro para seus lutadores. Ou alguém sabe aqui de algum lutador que teve uma lesão grave nos dez anos de PRIDE? A maioria dos eventos de nosso país usam as regras do PRIDE, e não temos tido maiores problemas.

Na reunião de regras do Leal Combat Natal foi dito que seriam usadas as regras do UFC. Eu estava presente na hora e vi 80% dos lutadores se manifestarem pedindo as regras do Pride - e foram atendidos. E lá a grande maioria era lutador de Jiu Jitsu, justamente aqueles que poderiam ser prejudicados com o uso de pisões e tiros de meta.

Resta-nos torcer para que a organização e seus árbitros consigam chegar a um consenso que nos traga um evento como o que se espera desde que o UFC se tornou o evento número um do mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bacana o texto Matheus! Cara, espero que esse evento trate de se organizar direito para não finda igual ao nosso saudoso Pride. Torço muito por isso. Eles tem a faca e o queijo na mão, só atletas de alto nível nesse GP. Basta que eles sejam mais profissionais e mais rigorosos quanto a punições que eles terão uma longa vida co muito sucesso. Espero que um dia alguns lutadores que estão hoje no UFC façam o caminho de volta para o Japão, não que eu queira que o UFC se afunde, coisa que eu acho impossível de acontecer, mas porque o Japas merecem um novo evento grande de verdade! Acho que a organização americana é um exemplo a ser seguida em termos de empresa, pois não da mole e na maioria das vezes fazem bons negócios. No mais é esperar pra ver o desenrolar dos eventos do DREAM

FAlow!!!